
☆ ° 。ㅤ 𝐏𝐈𝐋𝐎𝐓𝐎 ⁰⁰¹
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Estava acontecendo de novo, acordei em completo desespero sem conseguir me acalmar, meu peito subia e descia ofegante enquanto minhas mãos apertavam os lençóis abaixo delas, procurando por pelo o menos um pouco de calmaria. As cortinas da janela de meu quarto dançavam de acordo o vento se fazia aparente no cômodo, mais uma vez esqueci de fechar as janelas e talvez fosse o frio que fazia ali, que estava ajudando na minha tremedeira.
Não era a primeira vez que acordava desse jeito, sentindo que todo o jantar ou pelo menos o pouco que comi fosse ser jogado em meus lençóis, não era a primeira vez que sentia minha cabeça doer ao ponto de socar meu rosto entre os travesseiros a procura de algum alívio, desde que mamãe morreu a quase dois meses, eu venho me sentindo horrível, ridiculamente horrível. Foi com ela que passei toda minha vida, os momentos ruins e os bons, eu devia minha vida a ela e sabia disso. Me recordava bem de acordar no meio da noite e perceber seu sumiço, não a encontrava em canto nenhum daquela casa, e eram exatamente as quatro da manhã, até me recordar de que havia dormido bem mais cedo na noite anterior, nem sequer havia visto ela chegar do trabalho...
Levantei da minha gigantesca cama cheia de travesseiros, o que eu achava um exagero, não necessitava de uma cama desse tamanho e muito menos toda aquela luxuosidade que havia no meu quarto novo, eu só precisava estar com a minha mãe e nada mais. Caminhei até as janelas de vidro de meu quarto, elas iam do chão ao teto e tinha uma varanda ali a frente, observei o pé de cerejeira que tinha acesso a varanda, as folhas rosas eram extremamente bonitas, não demorei ali, fechei a janela ainda sentindo o tremor em meu corpo, as dores de cabeça.
Desci para cozinha e procurei algo que pudesse ajudar, tomei um remédio que já tinha conhecimento, tentei fazer tudo aquilo o mais rápido possível para não acabar acordando o homem no sofá, nesse momento passava das três e não dei muita atenção a televisão, estava baixa e meu pai roncava alto com um balde de pipocas derramado no tapete felpudo, na ponta dos pés segui com cautela até a porta de saída da sala, até ouvir meu nome ser gritado em um tom baixo, era a voz de mamãe.
Olhei com rapidez e sentir as pontadas em minha cabeça ainda mais fortes, levei a mão até a parte sensível e que mais doía em uma tentativa de alivio, mas era impossível, no fim seguir meus sentidos para onde vinha aquela voz, uma filmagem antiga que passava na televisão, era meu aniversário de quatro anos, o último que passei com toda família.
Me aproximei do sofá para observar melhor, sinceramente, a última coisa que precisava ver era algo que provavelmente me faria chorar, mas ali estava eu, presa a aquele vídeo vendo um mini ser humano ━ eu, ━ nos braços do homem imenso, forte e louro. Após muitos pedidos, finalmente Toshinori me colocou onde deveria estar, encima de um banquinho qualquer para chegar ao menos perto das velas encima de meu bolo de três andares, olhando aquele vídeo eu percebo que papai sempre gostou de coisas extravagantes, a mulher ruiva e de rosto dócil estava ao lado oposto de meu pai, ela cantava e batia palmas com suavidade e um um sorriso perfeito, os fios vermelhos e curtos invadiam seu rosto de acordo ela se movimentava.
Sem querer, acabei me assustando ao notar uma lágrima escorrer em minha bochecha, e logo ela teve companhia de mais algumas que limpei ligeiramente, a última coisa que queria era que Toshinori Acabasse vendo-as, não quero dar uma de filha sentimental, demonstrar minhas fraquezas para aquele homem estava fora de cogitação.
Enquanto ainda assistia aquele vídeo de baixa qualidade e cores frias, meus olhos se arregalaram e corpo esfriou quando uma figura infantil e masculina se fez aparente, ele era bem maior do que eu e isso era notório, tanto mamãe quanto eu demonstravam toda a felicidade quando mais algumas crianças apareceram durante a gravação.
━━━━━ O que? Estão filmando? ━━━━━ O mais velho das crianças riu ao deixar seu rosto o máximo possível perto da filmadora, soltei um sorriso entre lágrimas, minha eu pequena gritou seu nome e correu para abraca-lo ignorando totalmente a presença dos outros primos que havia chegado. Aquele era Toya Todoroki.
━━━━━ Oba, o restante da família chegou! ━━━━━ O louro que antes estava ao meu lado atrás da mesa caminhou até a câmera e a pegou, filmou todos, pude perceber que antes de meus tios chegarem com seus filhos, só havia nós, eu, papai e mamãe, sempre foi assim, ser filha de um ícone me trazia muitas felicidades, mas também muitas tristezas, e uma delas é que eu não tinha amigos, Toshinori era completamente obcecado pela minha segurança e isso fazia as pessoas não se aproximarem de mim, naquela época eu entendia muito bem. ━━━━━ Diga olá, Endeavor.
━━━━━ Sai pra lá com isso All Might, ━━━━━ Meu tio empurrou a filmadora com a mão, ele tinha sua típica face irritada e logo cruzou os braços, mas toda aquela raiva não fez com que meu pai parasse de filma-lo, e isso me fez rir com a insistência do mais velho. Toshinori e Enji não se davam muito bem, até hoje na verdade, talvez isso tivesse ajudado na separação de meus pais.
━━━━━ Pequeno Shoto, diga oi para a filmadora! ━━━━━ Com as palavras de All Might, o pequeno garoto meio a meio ergueu sua minúscula mão e acenou para a câmera, essa era uma das poucas vezes que Endeavor dava a permissão ao seu filho mais 'especial' a conviver com os outros, porque na percepção de meu tio, Shoto era melhor que o restante de seus filhos e ele o tratava como a realeza.
Toshinori filmou todos, inclusive ele mesmo, mamãe sempre estava com aquele seu típico sorriso de orelha a orelha, ela e Toshinori pareciam se amar muito e demonstravam muito isso nas gravações, engraçado, eu não me lembrava de nada disso. No entanto, na maioria das vezes, só estavam eu e Toya, insistia em ficar ao seu lado o tempo todo, tanto que o primeiro pedaço de bolo foi para o meu primo predileto, e que até mesmo nas filmagens eu insistia ao dizer que casaria com ele, aquilo era motivo de risos para todos, sinto saudades de Toya, e daquela época.
━━━━━ Droga, acabei caindo no sono. ━━━━━ A voz do homem no sofá se fez presente e rapidamente me atentei a sair mesmo que quisesse ver o restante de tudo aquilo, limpei as minhas lágrimas com tanta rapidez que acho que ele nem notou que eu estava chorando. ━━━━━ Hey, Melissa, não precisa sair as pressas dessa forma.
O ignorei, o ignorei por completo, era o melhor a se fazer, como estou fazendo desde que cheguei. Desde que cheguei eu não dei sequer algum tempo para All Might falar o que ele tanto queria, sabia que aquilo estava o engasgando e eu me sentia bem lhe causando esse desconforto, e queria mais, queria deixa-lo se sentir ridiculamente horrível, como me senti quando ele me deixou.
Adentrei o quarto rapidamente, tranquei a porta porque sabia que Toshinori tentaria entrar e conversa como de 'pai pra filha' mas isso é a última coisa que eu queria, e como imaginei, ele ficou longos cinco minutos tentando chamar a minha atenção enquanto batia na porta, soltava algumas palavras na tentativa de me convencer a abri-la, mas eu o ignorei por completo.
narrador pov's
Toshinori subiu as escadas de sua casa com um cesto branco de roupas limpas em mãos, ele assoviava uma canção antiga de ninar que costumava cantar para Melissa, se recordou da cantiga ao ouvi-la em uma das filmagens que acabou dormindo ontem a noite ao vê-las. As roupas no cesto cheiravam a amaciante de bebê, um cheiro agradável e nada enjoativo, ele se colocou ao frente do quarto de sua filha e umedeceu os lábios em uma tentativa de se acalmar, ele andava muito nervoso com as coisas que aconteciam desde a morte de sua ex-mulher, sua filha demonstrava em todos os momentos o ódio que sentia por ele, o jeito que ela o tratava era repugnante, mas All Might entendia, entendia o sentimento de rancor que sua garotinha emanava, ele sabia muito bem que ele teria dando esse motivo a ela muitos anos atrás, quando desistiu de sua família por causa de seu trabalho.
Ele bateu na porta e esperou algum movimento lá dentro, mas não aconteceu nada, novamente o louro bateu, chamou o nome de sua filha, mas ela não respondeu. Toshinori então, mexeu no trinco e viu a porta se abrir, aquilo era novidade, geralmente estava trancada. O mais velho adentrou o lugar fresco e organizado, ela teria puxado aquilo dele com certeza, já que sua ex, Callie Todoroki, era completamente bagunceira, e ele ria ao se recordar da ruiva de cabelos curtos. O louro passou seu olhar por todo o lugar, havia uma prateleira com livros alinhados, seu closet quase fechado mostrava um pouco de suas roupas arrumadas no cabide, a penteadeira roxa com produtos de beleza e escovas, a cama da mais nova estava impecável, com seus edredons roxo e branco e um urso de pelúcia de seu herói favorito, com travesseiros e almofadas do mesmo herói, por mais que ela sempre dizia que odiava os salvadores da pátria, até mesmo Melissa abria exceção para Hawks e Eraser Head, o uniforme do colégio U.A estava ali encima do colchão, alinhado e Toshinori sentiu seu coração esquentar com aquilo, nunca que imaginou que um dia sua filha fosse estar com ele novamente, e olha que ele já pediu muito para que ela passasse pelo menos as férias ao seu lado.
All Might fez uma carranca ao notar os posters e posters de Hawks na parede, algumas fotos ele estava sem camisa mostrando a todos seu corpo escultural, e aquelas belas asas vermelhas, havia algumas também de Eraser Head, mas eram poucas já que o mesmo não se nomeava como um extremo herói, ele era mais o professor da U.A. Na cômoda pequena ao lado da cama, havia algumas revistas do mesmo herói, era a única coisa que estava desarrumado naquele local, já que estavam espalhadas de forma desalinhada. Toshinori deixou o cesto branco encima da cama, olhou sua mesinha roxa de estudos e admirou os livros grossos ali encima, a maioria marcado com postits avisos que ela não deveria esquecer, ou algum assunto que acabou se interessando, sua mochila estava arrumada na cadeira, seu notebook fechado e seu estojo extra no canto da mesa, ela era realmente uma menina bem estudiosa.
━━━━━ O que estar fazendo no meu quarto? ━━━━━ Uma voz se fez presente o assustando, o tirou daquela total calmaria ao olhar os olhos irritados de sua filha, ela havia acabado de sair do banho e estava com um roupão roxo atoalhado, e em seus cabelos uma toalha do mesmo tom enrolada. ━━━━━ Sai do meu quarto, vai!
━━━━━ M-me desculpe, eu só vim trazer suas roupas limpas. ━━━━━ All Might tentou de alguma forma conter aquela raiva guardada no ser humano envermelhado a sua frente, mas era impossível, aliás, Melissa tinha herdado o temperamento do tio Enji. O louro foi tirado do quarto aos gritos, e desceu para cozinha para terminar o café da manhã, estava chateado com tudo que estava acontecendo, mas tentava não ligar muito, em sua cabeça a garota acabaria se arrependendo de tudo em algum momento e ficaria tudo bem.
O louro preparou um belo café, hoje seria o primeiro dia de aula de Melissa no colégio que ela foi convencida a entrar, Toshinori sentado em uma das cadeiras ao redor da grande mesa solitário, mexia sua pequena colherzinha na xícara de café, ele pensava na conversa que teve com sua filha a umas duas semanas atrás, quando fez de tudo, e conseguiu convence-la a ir para o colégio reverenciado que era o U.A, ele batalhou muito para conseguir esse feito já que para entrar, Melissa teve que desistir de seus anos já estudados e ingressar novamente no primeiro ano, sendo que em uma outra escola normal ela já estaria em seu último ano escolar.
Ela desceu para a cozinha ainda de roupão, olhou a mesa farta em que seu pai tinha trabalhado arduamente para tentar convence-la a se sentar com ele, pelo menos uma vez.
━━━━━ Fiz aquele bolo de fubá que você adorava, não sei como andar seu paladar hoje em dia, mas juro que estar uma delícia, e não estou falando isso só porque fui eu quem fiz. ━━━━━ Toshinori disponibilizou uma pequena risada ao terminar a fala, a jovem com uma carranca feia o olhou com desprezo, esse era o olhar típico de Melissa, e All Might só se questionava se o problema era ele, ou a adolescência. ━━━━━ Não vai comer, filha?
━━━━━ Não me chama de filha, é constrangedor ser sua filha. ━━━━━ Claro, cada palavra de Mel atingia de uma forma única All Might, uma forma que nem um vilão por mais forte que fosse, conseguia. Ela pegou a geleia de amora e passou em duas fatias de torrada, as juntou e saiu, seu pai respirou fundo, tudo que ele queria era socar toda aquela comida no lixo para tentar saciar sua raiva, a raiva que ele estava por não conseguir sequer conter palavras árduas de sua filha, ele não conseguia sequer um pingo de respeito, todo aquele trabalho no café da manhã, foi em vão.
Não demorou muito até que Toshinori viesse me procurar, estava no horário de irmos e eu sabia disso, segui até o espelho observando a mim mesma com o uniforme do colégio consiste em uma camisa branca de mangas compridas, uma jaqueta cinza com listras azul-esverdeadas e uma gravata vermelha, como não gostava muito de saias que era a parte de baixo do uniforme feminino, o diretor abriu uma exceção pra mim e acabei recebendo tanto a saia quanto a calça, que vou concordar é muito melhor. Eu estava alinhada demais, e isso não deixaria All Might chateado, só o deixaria orgulhoso, retirei a gravata e abri os primeiros dois botões da camisa branca, minha jaqueta já estava desabotoada e concordo que assim seria melhor, o ouvia me chamar batendo na porta a uns cinco minutos e finalmente dei o ar das glórias ao pegar minha bolsa e sair dali como se nada estivesse acontecendo, eu sabia o quão ele estava irritado e mesmo assim tinha aquele sorriso típico em seu rosto, que nojo.
Seguimos a pé, infelizmente, não entendia para que o carro na garagem se nunca vi Toshinori o usando, ele estava em sua aparência de All Might, o porte físico extremamente forte e eu me sentia envergonhada por estar ao lado dele, e por isso comecei a seguir lentamente o acompanhando por trás, os olhares de todos seguiam para o herói número 1, fotos eram tiradas e claro que Toshinori se sentia o rei do mundo, com seu peito estufado e sua barriga pra dentro, o sorriso estampado na cara de quem não tinha problema nenhum a se preocupar.
Apressei o passo assim que ele foi abordado por alguns fãs, sabia de onde se tratava o colégio e não me importaria em chegar lá sozinha, virei uma esquina perdendo totalmente a vistas de meu pai, não me importava em deixa-lo para trás, era até melhor pra mim e pra ele, que não nos víssemos juntos.
━━━━━ M-Melissa. ━━━━━ Comemorei cedo demais, antes que pudesse olhar para trás, Toshinori tomou meu lado com seu sorriso idiota. ━━━━━ Os fãs são uma loucura, já imaginou como serão os seus fãs? A cada tempo que passa as gerações ficam mais fanáticas pelos ídolos.
EU ODIAVA, ODIAVA COM TODAS AS FORÇAS, ODIAVA ESSAS CONVERSAS EM QUE ALL MIGHT CITAVA HERÓIS, QUANDO QUE ELE IA PERCEBER QUE EU NÃO QUERO SER UMA HEROÍNA?!
━━━━━Estava pensando, poderíamos jantar fora hoje, o que acha? ━━━━━ O mais velho murmurou enquanto tentava acompanhar meus passos para ficar ao meu lado, talvez eu pudesse ignora-lo menos se ele estivesse em seu porte normal, aquele magrelo com cara de tacho; eu nem sequer o olhei, prosseguir com minha feição emburrada, o olhar baixo. Ao perceber que não dei a mínima ele mesmo respondeu. ━━━━━ Que bom que gostou da ideia, querida. Podemos ir ao um restaurante ou lanchonete, é o que meninas da sua idade gostam, não é? Comida gordurosa com bastante Katchup.
Ignorei, ignorei assim como o restante de suas falas, até que minha salvação chegou, alguém gritando por ajuda, e claro, meu pai e seu senso de justiça correu para salva-lo, ele pediu para que eu esperasse-o, mas eu não fiz aquilo, ainda mais porque eu não saberia quanto tempo ele iria demorar, e longe de mim me atrasar para o primeiro dia de aula, e sim, esse pensamento contém ironia.
Demorou um pouco até que eu chegasse no território escolar, mas fiquei feliz quando virei a esquina e notei o colégio mais reverenciado do país, o colégio para heróis, U.A. Segurei nas alças da minha mochila azul e fiz a tentativa de dar mais um passo para chegar até lá, mas foi sem sucesso quando levei meus ouvidos tiveram sua atenção puxada para um garoto que conversava sozinho, ele fazia todo o caminho que eu já tinha feito, estava com um caderno sujo em mãos que lia e escrevia coisas atentamente conversando sozinho como um maluco, seus cabelos eram verdes escuros e enroladinhos fazendo-os ficarem bagunçados, até que gostei.
Arfei quando notei seu uniforme, o maluco estudava na U.A e com a minha sorte ele estaria na mesma sala, sua personalidade de alguém que conversa sozinho me dizia muito sobre aquela escola, certeza que a U.A faz lavagem cerebral em seus alunos para terem aquele medonho e extremo espírito de quererem ser um herói, que chato.
━━━━━ Hey, ━━━━━ Murmurei quando ele me ultrapassou deixando ━ por incrível que pareça ━ seu crachá informativo cair, o peguei no momento em que ele me olhou e segui meus olhos para lá Izuku Midoriya, claro turma 1-A. ━━━━━ Seu crachá.
Joguei pra ele quando o ultrapassei, acho que já ouvi esse nome, tenho certeza que já ouvir meu pai conversar no telefone com um tal de Jovem Midoriya, sera-se é esse? Sendo ou não, não me importo.
━━━━━ Ei. Ei. M-muito obrigada! ━━━━━ Ele correu até mim e ocupou o espaço vago ao meu lado, sua feição me dava raiva, aquele jeito meigo e sardento com as bochechas envermelhadas, típico dos garotos esforçados que fazem de tudo para terem o que querem, que saco. ━━━━━ V-você é nova aqui, não é? Nunca te vi por aqui.
━━━━━ Ah, é. ━━━━━ Apressei o passo, ele me acompanhou, que garoto insistente. Gaguejava ao meu lado querendo questionar algo, não é que eu fosse uma garota chata, mas aquele menino estava me tirando do sério.
━━━━━ V-você precisa de ajuda? Eu posso te ajudar, mostrar aonde é sua sala, nossa, eu nem te perguntei em qual sala você estuda... Dificilmente a U.A aceita estudantes no meio do ano, então você deve ser muito especial.... ━━━━━ Bufei enquanto ele falava, meus olhos se reviraram mas eu tentava não demonstrar a ele a minha falta de interesse no que ele falava. ━━━━━ Então, precisa de ajuda?
━━━━━ Da sua não, obrigada. ━━━━━ Dei de ombros e adentrei o colégio rapidamente enquanto o deixei na portaria com cara de tacho, acho que entendeu o que eu quis passar, olhei o enorme prédio e apreciei a boa qualidade do lugar, era realmente muito bonito. O pátio estava repleto de alunos variados, o lugar era gigantesco e por isso era impossível aglomeração do lado de fora, o chão era quadriculado com tijolinhos cinza e havia várias plantas para dar um ar melhor a entrada, não tinha como reclamar da estética do meu novo colégio.
Minha atenção foi tirada por cabelos roxos bagunçados, o dono deles estava sentado a beira de um chafariz cor branco porcelana, onde encima havia uma estátua de um herói antigo que jorrava água de sua boca, hilário.
O garoto estava perdido em seus próprios rabiscos e pude perceber isso, o jeito que ele segurava o caderno e manuseava seu lápis grafite. Percebi que estava olhando-o demais, e foi quando balancei a cabeça tentando me atentar a outra coisa, o roxeado olhou para o céu acho que procurava alguma inspiração, talvez, ele permaneceu com seu olhar ali por alguns segundos até que olhei para o portão do colégio me chamando e lembrei do que Toshinori me disse antes de partir para seu ato heroico ━ Assim que chegar, vá para a sala do diretor Nezu, ouviu? ━ Sim pai, eu ouvi, mas antes... Caminhei até o garoto e segui por trás dele, estava curiosa para saber o que ele fazia tão atentamente, avistei um belo rabisco e sem que ele esperasse puxei o caderno inesperadamente de suas mãos e dei um pulo para trás antes que ele o puxasse de volta.
━━━━━ EI, ME DEVOLVE! ━━━━━ Sua feição feia fora direta para mim, ele estendeu a mão e caminhou com cautela esperando que eu devolvesse o que lhe pertencia, levei meus olhos ao seus e diferi rapidamente para as folhas rabiscadas, o desenho era de Eraser Hear, garoto bom, garoto de classe. ━━━━━ ME DEVOLVE! EU NÃO ESTOU BRINCANDO.
━━━━━ Calma ai. ━━━━━ Escondi seu pertence atrás de mim e quanto percebi que ele iria avançar com rapidez me virei, sua barriga bateu em minhas costas e ele se esforçou para catar seu pertence de minhas mãos, ria de sua feição eufórica e fazia de tudo para irrita-lo com minha feição desdenhosa.
━━━━━ ME DEVOLVE, GAROTA IDIOTA. ━━━━━ Nesse momento me virei para ele, observei de pertinho seus olhos roxos, realmente atraentes e sorrir quando ele ficou vermelho como um morango, seus lábios se abriram eufóricos e com cautela antes dele pular para trás, sua feição se tornou chateada e me olhou feio estendeu sua mão, dei uma boa olhada em sua obra antes de devolve-lo. ━━━━━ Idiota.
━━━━━ Que isso? Não precisa de tudo isso, neném. Seus desenhos são uma gracinha. ━━━━━ Minha voz saiu de forma saliente e eu sabia disso, eu não estava afim de paquera-lo ou algo do tipo, mas era fofinho o jeito que ele estava tão envermelhado, eu só não sabia se era vergonha ou raiva. ━━━━━ Gosta do Eraser? Ele é muito irado, não é? estar entre os meus heróis prediletos.
━━ Deixa eu adivinhar, o primeiro da lista é o All Might. ━━ Pude perceber um tom desdenhoso em sua fala, e o revirar de olhos dele também me disse muito, isso me fez sorrir. Eu estava parada com as mãos no bolso, sobrancelhas arqueadas e um sorriso de lado patético estampado em minha face.
━━ Não gracinha, longe disso. Só tenho dois heróis prediletos, O Eraser, e o Hawks de Fukuoka, fico muito em dúvida de quem estar em primeiro lugar. ━━ Levei o indicador até o lábio inferior questionante, gostava muito dos dois igualmente. Depois de uma leve feição de surpresa o roxeado sorriu, acho que ele esqueceu dos meus atos infantis de alguns minutos atrás.
━━ Qual seu nome?
━━ Melissa, ━━ Suspirei ao sentir um entonteamento assim que o respondi, um desconforto surgiu em minha cabeça e levei as pontas de meus dedos até a parte esquerda de meu crânio, tentei não demonstrar muito então só dei uma piscada mais apertada e sorrir, aquilo era estranho. ━━ Qual é, o que 'ta acontecendo?
Enfim eu percebi, o motivo de meu desconforto cerebral era o roxinho, Legal.
━━ O-o que? ━━ Pareceu surpreso então logo sorriu, o garoto de olheiras tinha alguma individualidade que se relacionava a controle mental, e eu já havia percebido. Foi então que conversa vai e conversa vem que perguntei seu nome, era Hitoshi Shinsou, perguntei sobre sua individualidade, ele pareceu meio receoso em me contar, aliás, querendo ou não eu posso ser sua oponente em algum dia desses, mas entendi que era lavagem cerebral, mas que felizmente havia pessoas ━ como eu ━ que ele não conseguia controlar, pessoas mentalmente fortes o bastante para conseguir ter uma mente imperfurável.
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